sábado, 18 de maio de 2013

Quem Pega Entende


 
     Sabe aquela situação chata de ônibus lotado em que você vai sentado no lado do corredor, e chega um macho feio e começa a se esfregar no teu ombro? Quem já pegou lotação sabe do que estou falando. Não é porque o  cara queira ficar roçando em você, ainda mais quando você é outro macho, por menos feio que seja. A culpa é da falta de espaço, das pessoas que passam por trás e empurram o infeliz pra cima de você. E cada curva que o ônibus faz é aquela coisa desagradável de sentir o pau do outro no corpo, às vezes vem bem perto da tua cara. Se você é macho violento, dá até briga.

     Pois bem, naquela noite, quando eu voltava pra casa depois da faculdade, aconteceu isso comigo. Não exatamente assim, graças a Deus! Foi o inverso disso, na verdade. Não era macho feio, não; era fêmea bonita, cheirosa, de buceta grande e estufada numa calça de malha. Bem no meu ombro, roçando o tempo todo. Às vezes, quando alguém a empurrava atrás, chegava mesmo a esfregar tudo na minha cara.

     - Desculpe!

     Eu sorria e a desculpava. Mas vinha uma curva mais forte e... outra bucetada bem na minha cara!

     - Ai! desculpe!

     Buceta carnuda e cheirosa, no ombro e na cara. Não é pra desculpar, é pra agradecer!

     Não era nenhuma menininha, não. Nem dava pra adivinhar a idade precisamente. Talvez menos de quarenta. A barriguinha era saliente, mas sexy, barriguinha de mulher madura e boa, muito boa. Quase idade pra ser minha mãe. Mas vocês conhecem aquele tipo de mulher madura que tem cara de moça boba e inocente? Pois era ela, loira original, com olhos claros e pintinhas marrons pipocando pelo pescoço. Notei esses detalhes só minutos mais tarde, pois a buceta gordinha no meu ombro me tomava toda a atenção.

     Eu ficava torcendo pra vir de novo perto do meu nariz, e, quando vinha, eu dava aquela aspirada discreta, porém bem funda. Cheiro de xoxota bem cuidada, mas suadinha depois de um dia inteiro de trabalho. Aroma gostoso que só homem de verdade sente e sabe apreciar. Simplesmente inebriante, de enlouquecer!
     Dentro das minhas calças, o incômodo de ficar de pau duro com os pelos presos no prepúcio. E a vergonha de dar aquela ajeitada. Se pusesse a mão sobre a calça, chamaria a atenção pelo volume. Fiquei cobrindo com os livros, fechando os olhos como se cochilasse, o cacete saltando dentro da cueca cada vez que a buceta era esfregada com força em meu braço.

     E depois de um tempo, o pedido de desculpa era só com um sorriso. No ônibus lotado, uma linguagem só de sorrisos, ambígua, constrangida e insinuante ao mesmo tempo. Carinha de inocente ou de sonsa? Difícil de dizer. O melhor era me comportar e não pensar bobagens.

     Quanta distração a minha! Não tinha notado que ela se matava pra se equilibrar e segurar duas enormes sacolas de shopping. Culpa da bucetona colada no meu ombro, que me absorvia completamente. Falta grave também foi não lhe ter cedido o assento, pobrezinha! Eu que sempre fui um cavalheiro estava sendo um mal-educado.

     Levantei-me rápido e lhe ofereci o lugar. Deu-me outro sorriso pra agradecer, um sorriso quente, sincero, desses capazes de te deixar com vontade de se apaixonar.  
     Porém, pra que ela se sentasse, foi aquela dificuldade. Tanta gente nos imprensando que ela ficou meio entalada entre mim e o ferro do banco. A mulher do lado afastando as pernas pra ela passar, mas sem ela conseguir. Ficou presa assim por alguns segundos, com o bundão gostoso encaixado no meu pau e a buceta espremida contra o ferro do assento. Fazendo força pra se desentalar, machucava meu pau já muito duro, fazendo-o rolar dentro da cueca, arrancando de vez aquele último pelinho que tinha ficado preso.
      Posição constrangedora: eu de pau duro colado nela por trás, e ela com a buceta presa no ferro. Por alguns segundos ficou assim, levando ferro na frente e pau duro atrás.
     Quando enfim conseguiu se sentar, levantou a cabeça e me deu outro sorriso, agora com o rosto muito corado, talvez pelo embaraço que tinha passado, talvez por ter sentido a rola dura na bunda, talvez só pelo esforço que fizera pelo aperto.

     Então era isso, papéis invertidos agora. Ela sentada comodamente e eu de pé com o pau muito perto de seu rosto. Se eu não tivesse conseguido ajeitar as coisas dentro da cueca, o volume teria ficado evidente demais e eu teria passado um enorme vexame, mas enorme mesmo
     Ônibus em hora de pico é assim. Quem está acostumado entende e perdoa tudo. Quem não está reclama. Homens brigam entre si, mulheres fazem escândalos e acusam de tarado um pobre trabalhador inocente. O balanço das curvas te joga pra lá e pra cá, e você tem que fazer muita força pra não esmagar as outras pessoas. Vocês, que andam de carro pela cidade e nunca precisaram apanhar um ônibus lotado, sejam muito gratos a Deus!
Eu fazia muita força pra não encostar nela, pra evitar qualquer mal-entendido, mas era difícil. Me deram um empurrão e meu pau quase entra no ombro dela. Depois não consegui mais me afastar e o contato se prolongou. Com o pau duro roçando no bracinho loiro, pensei que acabaria sendo acusado de sacanagem. Mas não. Ela devia saber que era sem eu querer. Era sem querer também que eu caia pra frente e o pau às vezes batia no rosto dela.
Mas não reclamava, só me dava sorrisos meio sem graça, e depois se abanava por causa do calor.
Naquela noite, se não tivesse sido por ela, eu teria me arrependido de ter saído mais cedo da faculdade e entrado naquela lata de sardinha tão cheia. É que não queria perder o jogo da seleção faltando alguns meses pra começar a Copa do Mundo.

     Em pouco tempo ela se levantou. Ia descer. O ônibus estava menos lotado agora. Mas, pra passar por mim, ela se complicou de novo. O bundão roçou na minha virilha e quase me desequilibra. Se você tem bunda grande, é assim em ônibus lotado. Fica entalada fácil. E não reclame se tem um cabra atrás de você na posição de te enrabar; não é culpa dele.

     Depois que se adiantou uns dois passos, olhou pra trás e me deu um último sorriso. De agradecimento ou de despedida? Talvez os dois. Se eu fosse maldoso, ia pensar que era algum tipo de convite. Mas não era maldoso e interpretei de outro jeito.



     Entretanto, não sei de onde me veio a coragem que me fez dar um jeito de ir pra perto dela e ficar atrás. Em breve ela desceria do ônibus e me passou pela cabeça descer também, mesmo estando ainda longe do meu bairro. Ela tinha duas grandes sacolas e pensei que pudesse pedir pra ajudar a levá-las até sua casa. Seria um bom pretexto, não?

     Aconteceu, porém, que o ônibus ficou parado num pequeno engarrafamento e eu fiquei ali atrás dela sem nada falar. As pessoas começaram a empurrar minhas costas e novamente me vi obrigado a colar no rabão gostoso. Só que dessa vez o contato foi muito mais próximo e íntimo.
     Nossas cabeças ficaram bem juntinhas. Parecia até coisa de namorados se agarrando, apaixonados. Dava pra sentir o perfume gostoso dos cabelos loiros, e pra ver de perto as pintinhas em volta do pescoço. Pescocinho branco e levemente suado, mas cheiroso, irresistível! Minha vontade era de beijar, ou morder. Contentei-me em ficar apenas cheirando e quase babando atrás. Olhando pra baixo, só via nossos corpos unidos, ela quase abraçada por mim, com aquela bunda macia pressionando meu pênis, já duro, óbvio, fazendo de mim um safado descarado.
     As pessoas ficavam empurrando minhas costas, me jogando contra ela, que estava entalada e não conseguia ir mais pra frente. O pau muito duro, dessa vez meio pra fora da cueca, ameaçava romper a calça. Era difícil ela não o sentir entre as nádegas, se afundando no rego da bunda. Perdi o controle e comecei a empurrar de propósito, com força, sem me importar se ela ia se virar e me dar um tapa na cara.
     Nada de tapa. Ela devia imaginar que era sem querer, que, se estava duro, era por uma reação masculina inevitável. Coisa de ônibus lotado. Só quem pega lotação entende.

     Engarrafamento pequeno, mas que durou um tempo bom, muito bom. Meu cacete entrando no traseiro e ela lá, sem reagir ou reclamar. Pensei que era mesmo uma mulher muito compreensiva. Não queria acreditar que ela estivesse gostando da esfregação, pois não parecia o tipo de mulher pra tanto. Mas às vezes até parecia que a bunda vinha mais pra trás pra me sentir melhor. E quando ela se movia, dava a impressão de se esfregar sensualmente em mim. Só que, olhando assim de perfil, coitada! parecia-me distraída, como se estivesse com o pensamento longe dali, inocente, sem ter consciência de estar sofrendo um abuso. Tem mulher que é assim, distraída, avoada. Outras são tão inocentes que demoram a perceber que estão abusando delas. E com um bundão macio daqueles, naquele empurra-empurra, era possível que nem estivesse percebendo a rola dura dentro das minhas calças. Ou talvez já estivesse acostumada com a situação e não desse muita importância se um cara tirava uma casquinha. Fosse o que fosse, o fato é que eu estava me esbaldando naquele rabão redondo e ela não reagia.
      Eu só queria ter a certeza! Só precisava receber um sinal mais concreto pra saber o que fazer. Se eu tivesse a certeza, desceria do ônibus junto com ela. Iria aonde ela me levasse. Talvez à casa dela, se morasse sozinha. Ou a um motel, ou até qualquer local público mais reservado. Em qualquer lugar que fosse, eu desfrutaria aquela maravilha e poderia até morrer depois que já estaria satisfeito da vida. Se eu pudesse beijar aquele pescoço branco e suado ainda aquela noite, se pudesse passar os braços em volta daquela cintura, se pudesse tirar aquela calça e me ajoelhar por trás pra enfiar a cara naquela gostosura de bunda...

     Mulher mais velha! Ah! sempre tive tara por elas. E gostosas então! Me fazem fantasiar loucuras. Mulher madura e resolvida sabe o que é bom, não têm frescuras. Já quebraram todos os tabus, ou quase todos. Há aquelas, porém, que ainda precisam aprender, ou que ainda não desabrocharam completamente. Gosto dessas também, das inocentes, pra eu ter o prazer de ensiná-las. Como aquela, com carinha de boba, meio distraída, talvez só um pouquinho maliciosa.

     Aquela bunda colada em mim... me agradava fantasiar que era a bunda de uma dessas mulheres mais velhas que ainda não experimentaram todos os prazeres, e que só estão esperando o homem certo pra se entregarem plenamente. Eu seria o cara certo pra ela naquela noite. Iria obrigá-la a fazer o que sempre desejou, mas nunca teve coragem de tentar. Desceria aquela sua calça colante e ficaria louco com o cheiro da calcinha suada enfiada no rabo maravilhoso. Calcinha de um dia inteiro de trabalho, toda enfiada no traseiro, meio melada com os sucos da xoxota, cheirando forte, deliciosamente forte. Comeria aquela bunda com a língua, morderia a buceta, fuçaria como um porco em toda sua intimidade. Virgem ou não, meteria naquele rabo a noite toda, até ela implorar pra que eu parasse. E se não fosse virgem, melhor ainda, pra não me dar o trabalho de ficar consolando, ou tendo delicadezas quando a vontade é de dar uns bons tapões  no traseiro.
     Fantasiei essas loucuras esfregando o pau naquela bunda! Por pouco não gozei dentro das calças.

     Finalmente ela se afastou. O ônibus tinha parado, e as pessoas desciam. Dei um passo pro lado pra dar passagem pra quem vinha de trás. Observei-a de longe, e ainda esperava que ela me desse aquele sinal mais claro, uma última olhada pra trás talvez, ou talvez outro sorriso daqueles. Mas ela foi descendo sem se virar. Não vi mais o sorriso bonito.

     Melhor era esquecer e ir pra casa. Se isso fosse estória inventada, teria sido muito fácil descer com ela e segui-la, pois em estórias inventadas tudo é possível e, se você quer, não fica frustrado e se sentindo sozinho. Mas a realidade é diferente. Você não sai assim atrás de uma estranha, perseguindo-a no meio da noite por um bairro desconhecido só porque você imaginou que ela te deu mole dentro do ônibus! Não é bem assim que acontece na vida real. Você precisa de uma certa garantia, na falta de uma palavra, ao menos um gesto que convide sem equívoco.

     Bem, ao menos era isso que eu pensava na época. Não quis acreditar que aquela mulher estivesse mesmo disposta a dar pra mim, eu, um completo estranho pra ela. Quais as chances de ser real? muito poucas!

     Então deixei que ela se fosse. Segui o bom-senso e esperei o ônibus partir. Ia assistir ao jogo da seleção, ver o Ronaldinho Gaúcho jogar mal de novo com a camisa amarela, e ouvir o crápula do Galvão Bueno discutir com o Arnaldo.

     O ônibus partiu. Corri pra janela, já sentindo saudades daquele seu cheiro. Então a vi, já distante, ficando eternamente pra trás, parada com as sacolas na mão, meio indecisa sobre que rumo tomar, parecendo até que procurava por alguém entre aqueles que haviam descido.

4 comentários:

  1. Oi amor meu! Já te disse que esse conto é o que mais se parece com você.Só faltou as imagens.
    Beijos.

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  2. Obrigado, loira! Não achei imagens boas. A partir de agora só uso imagens quando forem realmente boas e disserem alguma coisa sobre o conto. Recebi uma crítica que me abriu os olhos; estava colocando muitas imagens e o blog estava ficando "esquisito". Dei uma limpada e acho que ficou melhor.
    Beijos!

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  3. Oi Persitilo,

    Concordo com a Niina faltou umas imagens.Mas nada equisito claro,


    Bjoooo

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  4. Oieee Meu Amigo Querido, a ruivinh@ tarda, mas não falha...kkk
    Afff também ninguém merece ficar doente kkk

    Amei o novo visual...mas, como assim não achou imagens???
    Tem tanta imagem boa, meu amigo!

    Beijos doces com carinho!

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